quinta-feira, 30 de abril de 2015

Capítulo 3: Dez anos de guerra -Parte 1-

O mundo havia mudado muito nesses dez anos. 
O mundo em 2038 tinha uma população de quase nove bilhões de pessoas, sendo destas, 65% viviam em centros urbanos. No primeiro mês de caos, mais de quatro bilhões de pessoas morreram em decorrência das explosões nucleares, pela radiação e pela fome. 

Enquanto o mundo se silenciava, sobreviventes fugiam de centros urbanos que se encontravam em ruínas e se deparavam com todo o tipo de situações.

Alguns diriam que os que morreram instantaneamente pelas bombas tiveram sorte. A temperatura global despencou, plantações foram arruinadas por pestes e pelo clima. Se um observador qualquer pudesse ver de fora o nosso planeta, provavelmente lhe faltariam palavras para descrever tudo o que viu e sentiu.

O planeta azul havia mudado.......       
                                                         
Em quase uma dezena de milhar de anos, o Estreito de Berenger que separara os Estados Unidos da Rússia, não existia mais. Uma única e disforme massa de gelo cobria o pacífico norte em grandes extensões. No atlântico norte a situação era a mesma, a Islândia e a Groenlândia estavam igualmente cobertas de gelo.

No norte da Europa e Ásia o gelo que existiam avançou e cobre grandes extensões dos mares do norte. No sul do continente americano, partes da Argentina e do Chile estavam cobertas de gelo, a antártica que durante décadas do século XX e XXI perdera grandes extensões da calota polar, estas avançavam novamente em todas as direções.

Se o nosso observador fosse atento, ele diria que o mundo havia entrado numa nova era glacial.

Se agora os oceanos parecem calmos, a situação não seria a mesma a seis anos atrás. Enquanto as temperaturas médias dos continentes e dos oceanos não se igualavam, enormes ciclones varreram os litorais do mundo tempo, aumentando ainda mais os estragos.

A perda de vidas humanas e de espécimes animais e vegetais é incalculável para o nosso observador visto dessa distancia, mas se ele se aproximasse mais, veria os estragos. Extensas regiões em processo de desertificação. Alguns lugares se tornavam desertos infernais e outros em infernos congelados.

Lugares que foram poupados diretamente da explosão ou da radiação tiveram sorte no primeiro momento e foram preenchidos por refugiados. Mesmo com a destruição, ainda havia guerra. Governos caíram, países foram riscados do mapa, a população sofreu fome, violência e morte.

Nesses dez anos, dois bilhões de seres humanos ainda resistiam num ambiente hostil.

Nosso observador voltando para o espaço, veria as quatro estações espaciais que continuam flutuando ao redor da Terra, piscando suas luzes automáticas em vão. Na lua, as luzes continuam, embora os sinais de rádios já tivessem cessado a mais de três anos.


Se olhar de mais longe, nenhuma raça alienígena ou um deus veio nos salvar. Os humanos estavam órfãos. Enquanto o Sistema Solar continuava cruzando o universo na sua dança habitual, ninguém até agora sentira a nossa falta.

( -> Capítulo 3: Dez anos de guerra - Parte 2)



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